O cenário é onde e quando sua história acontece. É essencial para qualquer ficção que haja um cenário onde a ação acontece, e que ele seja bem descrito para o leitor. Até porque, em muitos casos, o cenário da história assume um papel tão importante quanto o dos personagens (as vezes até mais).
Ron Rozelle, no seu livro Write Great Fiction – Description & Setting dá algumas dicas de como passar esse cenário de forma mais imersiva para o seu leitor.
Dando configuração à terra
Jogar o cenário em cima do leitor logo nas primeiras sentenças não costuma ser uma boa ideia. A primeira impressão que você quer causar no leitor é algo forte. Se você começar seu livro com uma descrição da cidade, ou da rua, pode passar ao leitor a impressão de que não há nada acontecendo de verdade e que nada de interessante irá acontecer. Guarde as descrições para quando estiver claro para o leitor o porque ele deve se importar com isso.
Usando detalhes intrincados
Uma coisa importante que precisa ser decidido: se você quer escrever ficção literária ou popular. Pode parecer bobagem para alguns, mas o mercado para quem você vai escrever é um fator muito importante.
Leitores acostumados com a chamada ‘ficção literária’ costumam ser muito mais tolerantes à descrições longas e detalhadas – e vividamente descritas. Já a maior parte dos leitores, os que consomem os bestsellers preferem histórias que vão direto ao ponto, com apenas o mínimo de descrição necessária para entenderem o cenário. Não existe certo e errado nesse ponto, nem melhor ou pior, mas são dois tipos diferentes de leitores e você precisa escolher para qual prefere escrever.
Descrição sensorial
Na hora de descrever o cenário, uma boa forma de fazê-lo (mas não a única), é com descrições sensoriais, usando tantos sentidos quanto possível. Isso ajuda a fazer o leitor se sentir mais imerso.
Ajuste o tom
É bom ajustar desde cedo o humor que seu livro terá. Sério ou frívolo? Divertido ou triste? Leve ou pesado? Esse tom será passado não só através do cenário, mas de sua descrição também. Você pode usar uma linguagem leve e animada, ou uma mais pesada e sombria.
Claro, algumas histórias usam justamente a técnica de começar leves para, quando o leitor está desprevenido, colocar um evento dramático ou assustador no meio. Porém, se você não tem um real motivo para mudar o tom da sua história, mantenha-o durante todo o livro, inclusive nas descrições.
E lembre-se sempre: o cenário não pode estar só na sua cabeça, o leitor tem que estar lá também!