Chegamos na terceira camada de personagem: o papel do personagem na história.
Para essa construção usaremos os arquétipos. Carl Jung define arquétipos como “resíduos psíquicos de inumeráveis experiências do mesmo tipo”. Eles não são meramente familiares para nós porque os encontramos em vários livros e filmes. Eles estão enraizados no inconsciente coletivo de todos os seres humanos.
Usar esses arquétipos é então uma ótima forma de atingir a mente inconsciente dos seus leitores. O leitor vai rapidamente simpatizar com personagens e saber para quem ele deve torcer.
Existem vários arquétipos mas citaremos aqui os 8 mais comuns:
1 – O Herói
É o personagem central do seu romance. Geralmente a história será contada sob a perspectiva dele, para que os leitores simpatizem com a sua jornada.
Ele geralmente começa como uma pessoa normal que vai crescendo no decorrer da jornada. É ideal que ele tenha imperfeições e defeitos.
O ideal é que ele triunfe ao fim do romance, mesmo que a vitória custe sua vida.
Exemplos: “Harry Potter” da série Harry Potter; “Michael Corleone” de O Poderoso Chefão.
2 – A Sombra
Representa a escuridão para o herói. Geralmente é um reflexo do que o herói pode se tornar se for levado para o Lado Negro. Algumas vezes a Sombra e o Herói compartilham uma conexão.
Esse arquétipo é geralmente usado para o antagonista do romance. A Sombra costuma ser um personagem sombrio, ameaçador e perigoso que represente perigo para o herói.
Exemplos: “Voldemort” da série Harry Potter; “Virgil Sollozo” de O Poderoso Chefão.
3 – O Mentor
É um personagem sábio que ajuda o Herói em sua jornada. Ele o ajuda a se transformar de uma pessoa comum para um campeão.
O Mentor é uma ferramenta útil para o narrador pois pode levar o Herói a novos níveis de conhecimentos e habilidades. Algumas vezes até dá presentes.
É comum também que o mentor abandone o personagem em algum ponto da história para que ele possa aplicar o que aprendeu.
O Mentor é tipicamente um personagem de idade avançada para carregar sabedoria.
Exemplo: “Albus Dumbledore” da série Harry Potter; “Vito Corleone” de O Poderoso Chefão.
4 – O Arauto
É o personagem que traz notícias e informações para o Herói. Pode ser um mensageiro, um profeta. Geralmente é quem leva o Herói a começar a jornada. Também o informa sobre mudanças e reviravoltas no mundo.
Exemplos: “Rubeus Hagrid” da série Harry Potter; “Tom Hagen” de O Poderoso Chefão.
5 – O Guardião do Limiar
É um personagem que serve como obstáculo entre o Herói e o próximo estágio da sua busca. Suas motivações podem ser variadas. Ele pode ter sido enviado pelo vilão ou agir em cousa própria. Independente disso, seu papel na história é desafiar o Herói e torná-lo mais forte no processo.
Exemplos: “Severus Snape” da série Harry Potter; “Sonny Corleone” de O Poderoso Chefão.
6 – O Metamorfo
É o personagem que cria uma mudança dramática na história.
Ele pode repentinamente trair o Herói, ou ser um inimigo que vira aliado. Seu papel é fazer seu romance menos previsível.
Exemplos: “Draco Malfoy” da série Harry Potter; “Salvatore Tessio” de O Poderoso Chefão.
7 – O Trapaceiro
É um personagem sagaz que busca perturbar a ordem social. Ele traz caos ao mundo do Herói e pode trazer mudanças significativas. Pode servir de alívio cômico ou como vilão.
Suas motivações podem variar muito, desde simples divertimento até intenções malignas.
Exemplos: “Fred e George Weasley” da série Harry Potter; “Jules Segal” de O Poderoso Chefão.
8 – O Aliado
É o personagem que ajuda o Herói a superar os obstáculos da jornada. Não é incomum que o Herói perca algum aliado durante a jornada.
Em alguns casos o interesse romântico do Herói pode recair sobre o Aliado.
Exemplos: “Ron Weasley” e “Hermione Granger” da série Harry Potter; “Peter Clemenza” de O Poderoso Chefão.
Embora os Arquétipos sejam ferramentas poderosas, é importante usá-los sempre de formas diferentes, únicas e criativas, tornando seu romance original e excitante.
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Muito bom o seu artigo parabéns.
Muito bom mesmo. Poderia me dizer qual foi a sua referência, por favor? Gostaria de complementar ainda mais a leitura.