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Ponto de Vista

A preocupação com o uso do Ponto de Vista tem sido muito enfatizada no mundo dos romances modernos. Isso porque cada vez mais tem se visto a importância para o leitor de entrar na pele dos personagens, e o uso do Ponto de Vista, ou POV (Point of View) é uma das ferramentas mais usadas para colocar o leitor dentro do livro.

Uma dica interessante dos autores de Writing Fiction for Dummies é o uso de clips. Um clip é uma sequência de ações focada em um único personagem.
Existem duas formas de clips:
– Clip Privado: Ele foca no personagem do POV e acessa seus pensamentos e sentimentos. O leitor vai acompanhar as ações, diálogos, pensamentos e emoções do personagem por dentro.
– Clip Público: ele foca em um personagem que não o do POV, por isso só pode narrar o que for público: ações, diálogos e descrições. O leitor pode tentar adivinhar os pensamentos dos personagens pelas suas ações.

Alguns dos POVs mais comuns são:
Primeira Pessoa: uma forma bastante comum, pois com ela é fácil entrar na cabeça do personagem. É só mostrar ao leitor “tudo que eu faço, falo, sinto e penso”
Terceira pessoa: A escolha mais comum, preferida pela maioria dos leitores, você precisa focar o ponto de vista em um personagem e tomar cuidado para não narrar nada que esse personagem não possa ver, ouvir ou sentir.
Terceira pessoa objetiva: O narrador é como um observador que narra os fatos visíveis, sem entrar na cabeça de nenhum dos personagens. Serão usados apenas clips públicos.
Mudando de mentes: Similar a terceira, porém permite que você entre na mente de mais de um personagem na mesma cena. Está um pouco em desuso pois não torna nenhum personagem especial na cena, destruindo a ilusão do leitor de ser um dos personagens na cena.
Onisciente: Muito usado antigamente, a maioria dos autores modernos recomendam evitar. Consiste em entrar em todos os personagens, porém com a diferença de poder narrar o que nem os personagens sabem. O narrador pode explicar para o leitor sentimentos dos quais o personagem ainda não tem consciência.
Segunda pessoa: A escolha mais rara, é muito difícil, pois você precisa convencer o leitor o tempo todo, que se estivesse naquela situação ele faria o que está sendo narrado. Se você conseguir fazer isso, ele tem todas as vantagens da narração em primeira pessoa.

Ao utilizar um clip privado sempre narre primeiro o que é mais rápido. Primeiro mostre as emoções interiores, seguido pelas ações ou diálogos instintivos, e só então as ações, diálogos e pensamentos mais racionais.

Sempre se lembre também de intercalar os clips públicos e privados de forma a seguir uma lógica de causa e efeito. O clip de cada personagem deve estar de alguma forma relacionado com o clip do personagem anterior.

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Sobre Carolina

Carolina
Apaixonada por livros, estudante de Letras e escritora em treinamento.

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